Competição entre irmãos numa manhã abrasadora
por
paula carmo
13 Agosto 2005
Quando se começa de muito nova a querer ser piloto da força aérea o caso pode vir a ser sério, mas ontem, na Praia da Tocha, a jovem Ester quis fazer a homenagem aos seus 14 gatos. A irmã mais nova, faz justiça à sua destreza na linguagem quer ser actriz mas rende-se à cultura egípcia. Enquanto se faz o confronto entre irmãs no escalão dos mais velhos, também na outra competição os irmãos Dias, entram numa renhida prova.
Não é para menos. O pateta e o rato Mickey convencem o júri - o escultor Caramujo, os arquitectos José Paixão e Pedro Alves - e leva o André e o Diogo Dias aos dois primeiros lugares desta categoria, primeiro e segundo, respectivamente.
Antes do pontapé de saída, todos estão em fila, prontos para a prova. A bandeira da praia está vermelha e um mar de gente ciranda à volta do recinto do concurso. "Atenção, meninos, vamos começar". A praia da Tocha é de uma areia fina, que pica e se cola à pele com o calor abrasador, muito. A praia da Tocha foi a escolhida para ser palco da final nacional no dia 4 de Setembro. Ali há dunas extensas, pinhais próximos da praia, um lugar ideal para um turismo calmo. Casas cuja arquitectura lembra os palheiros tradicionais dos pescadores e que completam a imagem pitoresca desta zona do litoral centro.
No meio da azáfama da pequenada, com uma âncora azul, uma pá cor-de-rosa, um peixe amarelo, um cavalo marinho verde, Nuno Miguel Monteiro, de oito anos, natural da Guarda, faz-se à aventura. Constrói castelos a perder de vista naquele pequeno quadrado de areia molhada. E ainda vai construir uma ponte entre aquela profusão de castelos. Também Élodie Silva, de sete anos, idealiza o seu castelo preferido, sem conseguir - mesmo num francês doce - explicar porque escolhe aquela simples escultura.
Praia da Tocha vira ~ palco de sonhos infantis
por
paula carmo
05 Setembro 2005
Naquele reino, num dia quente de Verão, Francisco José Romão Salis Gomes, de entre 27 animados meninos, chega ao topo da edição deste ano da grande final das Construções na Areia. O mais famoso livro de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, serve-lhe de inspiração e na Praia da Tocha (Cantanhede), este jovem figueirense que vive em Lisboa arrebata o PC Pentium 4 com webcam, entregue pelo administrador do grupo Lusomundo Serviços, José Marquitos.
Pela terceira vez (e última), o jovem Salis de 14 anos faz da Alice a realização dos seus objectivos para chegar ao pódio. A irmã mais velha de Francisco, a estudar no segundo ano de pintura, não cabia em si de contente "Ele é muito empenhado, fez muita pesquisa para estar ao nível dos outros", conta Carolina Salis.
Começa cedo a azáfama. Com as mascotes do município de Cantanhede, o Ivo e a Iva, a dar as boas- -vindas aos participantes da prova-rainha deste evento, todos se alinham nas quadrículas de quatro metros para dar início ao concurso. São todos os finalistas, os primeiros classificados do escalão B (entre os 11 e os 14 anos) que venceram cada uma das provas ao longo do concurso, num total de 27 concorrentes. Uma hora para realizar a prova e eis que talochas, pás, baldes, espátulas, vassouras em miniatura e muita dedicação se estendem pelo areal enfarelado.
Para Tiago Joel Costa Lopes o dia de ontem é para recordar, pois sente alguma pena por deixar a competição aos 14 anos. Este avançado de futebol, benfiquista de paixão, chega à final com um vendedor de peixe que esculpiu na eliminatória da Praia do Furadouro e, em jeito de despedida, molda, agora, o pescador em descanso. O jovem natural de Ovar arrebata o segundo lugar que lhe dá direito a um computador portátil. "Sou capaz de seguir artes mas gostava de participar mais vezes...", diz em tom de lamento.
Em terceiro lugar, surge a Marília Lima Freixo, com o "bom samaritano", uma adaptação de um quadro de Vincent Van Gogh. Aos 13 anos, natural de Viana do Castelo, pela terceira vez na final, explica a temática escolhida "Gosto dos quadros dele. Já é tradição de família participar, do lado materno. Experimentei e gostei e agora é todos os anos". Já no Largo da Fonte de S. João, onde se distribuíram os prémios, Marília recebe o telemóvel pela medalha de bronze.
Mas eis que surgem as "mãos dadas" de Catarina Cavaco Pereira. Com 13 anos, natural de Beja, não abdica do seu treinador pessoal, o pai. Fala da sua escultura com grande empenho, deixando ver o seu aparelho ortodôntico "Quero aqui representar a Paz e a Amizade". A concorrente que vem da Praia de Altura é uma veterana, tendo o ano passado sido a vencedora absoluta deste evento. Desta vez leva como recordação uma aparelhagem de som e muitas histórias divertidas da saudável luta que se estabelece neste concurso. Ao seu lado, Bárbara Taraio, de 12 anos, faz o gosto às areias adormecidas da Tocha para mostrar um Cristo. É natural da Foz do Arelho e desde os 6 anos que entra nesta competição.
Chega de Viana do Castelo o concorrente que fica em sexto lugar. Pela segunda vez na final, o jovem de 13 anos molda o Astérix e Obélix, seus ídolos de banda desenhada. Queixa-se da textura da areia a que confessa não estar habituado. Passa a maior parte do tempo na natação e leva para casa um leitor de mp3.
Logo a seguir, Filipa Carrasquinho, natural da Meia Praia, com o "cavalo solidário", trabalho que lhe vale uma bicicleta. Explica porquê "este é um bom animal para ajudar as crianças deficientes". Para esta ex-praticante de patinagem artística, actividade que teve de deixar por causa dos horários escolares, o mais importante é participar.
Por fim, em oitavo lugar, surge a finalista estreante Margarida Rocha, 13 anos, natural de Viana do Castelo. Desenha uma estatueta africana, "parecida àquela que o meu pai comprou numa feira".
Sobre esta competição infantil, o administrador José Marquitos é peremptório "O DN deve orgulhar-se desta manifestação cultural fantástica. Manter, expandir e aprofundar esta tradição com uma marca com tantos anos de história é dever do DN".
Centro desportivo dinamiza vila da Tocha
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Paula Carmo
17 Fevereiro 2007
A vila da Tocha inaugura hoje o moderno Centro Desportivo, com destaque para a valência de balneoterapia aberta a toda a população, um equipamento totalmente pago pela Câmara de Cantanhede. Longe vão os tempos em que o actual presidente da Junta de Freguesia da Tocha, Júlio de Oliveira, defendia a emancipação deste território, com 78 quilómetros quadrados, face a Cantanhede.
"A matriz da Europa das regiões é o municipalismo, mas o mais importante nos últimos anos é o desenvolvimento da indústria, comércio e serviços. Todos os que querem viver na freguesia da Tocha têm trabalho e essa é a melhor conquista para termos qualidade de vida", assevera Júlio de Oliveira, que é autarca desde 1984.
O Centro Desportivo da Tocha, uma obra orçada em 3,5 milhões de euros, é inaugurado pelo secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias.
Para o presidente da junta, a concretização deste centro "é, acima de tudo, a humanização do parque industrial". De facto, ao lado de duas grandes empresas, e encaixilhado pelos pinheiros da mata da Tocha, surgem um campo de relva natural (de dimensões oficiais para competições internacionais), bancada coberta para mil espectadores e um campo secundário de relva artificial. Balneários, vestiários, gabinetes técnicos, posto médico, sala de massagens e fisioterapia completam este conjunto para a prática do desporto.
Autarca pensa nas crianças
Dos sete mil habitantes da Tocha, o presidente da junta está a pensar primeiro nas 230 crianças que todos os dias praticam desporto e que "já mereciam esta qualidade". Mas este complexo, afiança, "estará também aberto aos jovens das freguesias vizinhas, tais como Sanguinheira (Cantanhede), Arazede (Montemor-o-Velho) e Ferreira-a-Nova (Figueira da Foz)".
Mas há outra razão forte para este investimento: "Com a construção de um hotel na praia da Tocha, que terá a assinatura do arquitecto Souto Moura, temos condições excepcionais para receber mais turistas que gostam de aliar a praia à prática desportiva", acrescenta Júlio de Oliveira, que pretende, no próximo mandato, construir ali uma piscina.
A praia da Tocha, situada a escassos oito quilómetros da vila, tem um circuito de cicloturismo, muito utilizado pelos veraneantes. Em breve surgirá outro circuito, anunciou o autarca ao DN, ficando o mais antigo para uso exclusivo de peões.
Numa freguesia, conhecida pela excelência do Centro de Reabilitação Rovisco Pais e outros equipamentos que dão resposta desde a infância à terceira idade, aguarda-se a conclusão da A17 (auto-estrada que ligará Marinha Grande a Aveiro), que terá um nó a escassos três quilómetros da Tocha. "Uma terra com esta qualidade de vida é uma terra de futuro", conclui o autarca. -- QUE HOJE EM 2009, JÁ EXISTE, E ESTÁ EXCELENTE
Construções na Areia voltam com novas iniciativas
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luciana leitão04 Agosto 2005
Santa Cruz e Alagoa/Altura recebem amanhã a 53.ª edição das Construções na Areia. A novidade deste ano é o ateliê que se realizará nas praias, antes do concurso, e que será ministrado por jovens ex--participantes. O objectivo é auxiliar não só os concorrentes, mas também ensinar meros curiosos.
As equipas comparecem nas praias logo às 08.00 e, a partir do momento em que chegam as crianças, começam as aulas. A ideia foi dar aos ex-participantes com mais de 14 anos - e que, por isso, já não podem concorrer - a "oportunidade de ensinar os outros", disse Emília Cabrita, directora de Marketing do DN. "Pensamos em concorrentes que se destacaram e fizemos o contacto", acrescentou. Assim, Leonor Duval, Máximo Paulo e Emanuel Rego são alguns dos ex-concorrentes que responderam ao apelo.
O concurso existe desde 1952 e destina-se a crianças dos seis aos 14 anos. Os participantes têm total liberdade criativa, podendo usar, além da areia, conchas, plantas, algas marinhas, seixos e instrumentos próprios para esculpir.
Durante o mês de Julho, os monitores foram aos locais onde vai decorrer o concurso e deixaram livros de inscrições nos respectivos postos de turismo. As inscrições são gratuitas e limitadas a 60 concorrentes por praia (30 de cada escalão).
De amanhã, dia 5, a 4 de Setembro, duas equipas de organizadores vão estar em várias praias do País - Areia Branca, Nazaré, ilha de Tavira e Armação de Pêra são algumas das contempladas - para fazer as delícias dos mais novos. Uma das equipas vai percorrer as praias do Centro e a outra vai estar, na mesma altura, no Sul.
Rodrigo Barroso é professor de Educação Física, tem 26 anos e é um dos monitores. "Já colaboro com as Construções na Areia há oito anos e é sempre uma experiência engraçada", disse. O papel do monitor é ajudar as crianças, organizar os jogos de corrida de sacas e tracção à corda - que vão decorrer paralelamente às esculturas de areia -, distribuir publicidade e entregar os prémios.
Mas este ano há ainda outra novidade "além do concurso, vamos também entregar folhetos a incentivar a poupança de água e alertando para o problema da escassez", fez questão de salientar o monitor. "Gosto muito de colaborar nas Construções, somos todos amigos, já nos conheciamos antes, e gosto de assistir ao crescimento dos miúdos."
Muitas das crianças que participam no evento "gostam tanto que voltam a concorrer", e "tornam-se amigas". Além disso, "há pais que participaram e acabaram por trazer os filhos". Rodrigo Barroso refere mesmo o caso de uma família de Vila Praia de Âncora que participa sempre "o pai concorreu há muitos anos e os três filhos seguiram-lhe as pisadas."
O concurso dura 50 minutos para os participantes da categoria A (6-10 anos) e 60 para os concorrentes da categoria B (11-14).
No escalão A, os dois primeiros classificados recebem um telemóvel (1.º lugar) e uma webcam (2.º). Na categoria B, o 1.º lugar recebe uma máquina fotográfica digital e o 2.º classificado recebe um telemóvel. Em ambas as categorias é atribuída uma menção honrosa aos terceiros classificados e um livro e DVD.
Na grande final que decorrerá a 4 de Setembro na Tocha - disputada pelos primeiros classificados da categoria B de cada praia - os oito primeiros lugares receberão um PC pentium (1.º), um PC portátil (2.º), telemóvel (3.º), aparelhagem de som (4.º), gravador de DVD (5.º), leitor de MP-3 (6.º), bicicleta (7.º), microgravador W-10 (8.º).
A 53.ª edição das Construções na Areia (uma das mais antigas iniciativas do DN) tem o patrocínio oficial do Canal Panda e contará também com o apoio da Mitsubishi Motors, TSF, Fiesa 2005 e BP, além das várias autarquias. Para mais detalhes sobre a inicioativa poderá consultar o site http//dn.sapo.pt/ construcoes_na_areia/
Regresso às fantasias de infância
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P. C.05 Setembro 2005
São autênticas "tribos" com chancela do Diário de Notícias que espalham imaginação nas praias portuguesas. Pais, tios, primos, irmãos - há um elo que os une, independentemente da idade não vivem o Verão sem as construções na Areia.
Vamos conhecer alguns volta a conjugar os verbos talhar, amontoar e alisar na primeira pessoa, depois de uma carreira de trinta e três anos como professora de primeiro ciclo. É assim que nasce o palhaço das mãos de Maria José Carrasquinho, de Lagos e da sua amiga Ana Bela Moleiro.
Tia e madrinha de uma das concorrentes da final das Construções na Areia mostram o seu grande entusiasmo pelas diabruras dos mais novos e confessam que há anos que a areia molhada não lhes escorria por entre os dedos. São uma das muitas famílias que passam o testemunho de moldar a areia.
O actual comissário das comemorações dos 140 anos do Diário de Notícias, José Maria Ribeirinho, acentua, porém, que apesar de já terem passado ilustres portugueses nesta competição quando eram pequenos (exemplifica com o caso da conhecida arquitecta Helena Roseta), esta é uma prova aberta a todos. Ainda assim volta a frisar que se trata de "uma expressão artística apoiada por muitos artistas plásticos".
José Maria Ribeirinho cita o escultor João Cutileiro como um dos impulsionadores e membro de júri em vários certames. Quanto ao apoio familiar aos jovens artistas, José Maria Ribeirinho não tem dúvidas "Há famílias que apoiam mais os seus filhos a evoluírem por forma a produzir obras com bastante impacto visual."
Ontem, na Tocha, praia que se orgulha dos seus palheiros, casas construídas com madeira das matas da região assentes sabiamente em esteios de pinho para possibilitar a passagem das areias e da água do mar em tempos agitados de marés vivas.
Nesta antiga aldeia de pescadores - onde os palheiros eram utilizados para guardar o material utilizado na faina diária dos meses de verão -, a excelência balnear animou com as esculturas dos mais velhos.
Joana Carmo Martins, de 17 anos, e o seu pai esculpiram uma gigantesca ave estilizada. Diz o progenitor, professor de Educação Física em Vila do Conde "Isto acaba por ser um vício saudável." E se de um lado, dos mais novos a praia se encheu com desenhos vários (zebra, uma torneira com copo de água, uma vaca com o seu bezerro, um dragão, um golfinho, um pinguim, uma pirâmide inca...), da competição dos menos novos a grandeza de um cacho de uvas chama a atenção. E também a imagem da Capela Sistina com a assinatura de Máximo Paulo (48 anos/Vila do Conde) e com a valiosa ajuda da sua filha Ana Raquel (27 anos) que já com o curso de design gráfico não abdicou deste trabalho de equipa em prol do divertimento na areia.
Na pitoresca, calma e bonita Praia da Tocha (distrito de Coimbra), o evento teve ainda espaço no Canal Panda (TV Cabo), um dos patrocinadores que, no decurso da prova, teve a sua mascote a dinamizar actividades lúdicas dirigidas às crianças. A câmara municipal e o Rancho Folclórico "Os Esticadinhos" de Cantanhede estiveram também envolvidos na organização.
Ainda o senhor António Mendes e sua mulher tentavam vender o pescado (o mar ontem não foi dos melhores, só deu cavalas) e já muitos curiosos se espraiavam no areal para apreciar as obras efémeras da final.
Todas as crianças concorrentes tiveram prémios de participação. Palmas! Foto de família! Até para o ano!
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