Caro Presidente Da Câmara de Cantanhede, com todo o meu respeito, e dignidade, sei que quer construir o hotel no Parque de Campismo, no entanto, vou hoje deixar-lhe aqui um artigo, que pesquisei, que eu adoro a minha zona, mas tenho visto que a tem deixado de ser sustentável, porque assim concorda com as mudanças, que ganha sempre mais algum.
Não deixei este ano atrás de andar numa pós-graduação se construção sustentável, pois adoro a sustentabilidade e a natureza.
Por isso, antes de concordar com algo, leia isto:
Inscrito na paisagem
Desde que se formou em arquitetura, há dez anos, o paulistano André Eisenlohr prova que é possível construir sem onerar o meio ambiente. Por isso, seus projetos já lhe renderam duas vezes o Prêmio Planeta Casa, promovido pela revista CASA CLAUDIA e pelo movimento Planeta Sustentável, da Editora Abril
Cristina Dantas
Casa Sustentável - 08/2011
Sua estreia na arquitetura sustentável não foi intencional, mas aconteceu de forma intensa. Convidado a erguer um chalé em Campos do Jordão, SP, André Eisenlohr se viu diante de um lote difícil, localizado em uma área de preservação ambiental. Quando terminou a obra, percebeu o quanto estava envolvido com o compromisso ecológico da construção. Já ali se delineavam algumas de suas marcas, como o respeito ao terreno e o uso de madeiras de reflorestamento ou de manejo sustentável.
O chalé, que lhe valeu o primeiro troféu do Prêmio Planeta Casa, em 2006, fica apoiado em uma estrutura de eucalipto e usa painéis de OSB (placas feitas com restos de madeira) nas paredes. Suas linhas se debruçam sobre a paisagem e fazem lembrar um mirante. Conheça a seguir algumas ideias desse jovem arquiteto.
Como você comecou a trabalhar com arquitetura sustentável? Foi um caminho natural. Quando projetei a primeira casa em Campos do Jordão, em 2002, o lote ocupava uma reserva ambiental. A saída foi respeitar o entorno e tirar proveito dos elementos que ele oferecia. No final, ficou óbvio que a forma sustentável de construção é mais simples, racional e muito mais econômica. A partir daí, tornou-se para mim uma opção consciente.
Seus clientes já o procuram com esse foco?
Agora, sim. Eles chegam com informações básicas e conhecem os benefícios que uma construção verde pode trazer.
Qual foi a importância de receber o Prêmio Planeta Casa?
O Prêmio significa uma confirmação de que a construção sustentável deve ter uma arquitetura baseada no conforto ambiental e no uso correto de materiais. Além disso, é um evento que leva a questão da sustentabilidade ao consumidor, estimula o conhecimento e amplia a visão de todos para novas soluções construtivas e mudanças de comportamento no dia a dia.
No projeto que lhe valeu o troféu de 2006, você usou cabos de aco e técnicas de montanhismo para erguer a estrutura. Isso é aplicável sempre?
Acredito que a arquitetura sustentável deve se adaptar ao meio em que se encontra, tirando partido dos recursos locais. Esse projeto está em um parque que oferece atividades de aventura, onde havia sobra de cabos de aço. Em outro lugar, eu teria empregado barras de aço fixas.
Em uma metrópole como São Paulo, a resistência a soluções alternativas relaciona-se com a questão da segurança?
A cidade é dura, obriga a arquitetura a se impor de uma maneira diferente. Você acaba se fechando, usando janelas pequenas, por exemplo, que impedem a entrada da luz. O resultado é uma casa fria e impessoal. O arquiteto tem poucas oportunidades de abrir essa morada e fazer com que ela se relacione com o entorno. Por outro lado, dá para tirar partido de tecnologias já disponíveis, a fim de economizar recursos como energia e água.
Se a arquitetura sustentável tem a ver com o lugar onde se constrói, a saída é recuperar técnicas locais?
Estamos revendo algumas delas, mas muitos erros foram cometidos desde as civilizações antigas. Continuamos aprendendo e é preciso reconhecer as diferenças. Existe um boom de arquitetura high tech com estrelas como Renzo Piano e Norman Foster erguendo edifícios ultraeficientes energeticamente. Mas eles custam muito caro. Até que ponto isso parece realmente viável? Há diferença entre uma construção sustentável e outra energeticamente autossuficiente. Meu objetivo é ser sustentável desde o projeto.
Uma casa "verde" possui maior valor de mercado?
Essa tendência está chegando ao Brasil com a certificação de selos como o LEED, do Green Building Council, entre outros. Quem comprar uma casa certificada saberá que terá um custo energético reduzido e um espaço confortável para viver.
Que arquitetos chamam sua atencao hoje por acoes e métodos inteligentes? Em primeiro lugar, Marcos Acayaba. Ele usa a madeira de forma responsável há muitos anos, quando o tema ainda nem estava em pauta. Fora do Brasil, acompanho os chilenos Mathias Klotz e Felipe Assadi.
O que você recomenda para quem vai construir na cidade?
O telhado verde é prático, não custa caro e pode reduzir a temperatura de uma casa em cerca de 5 ºC. A captação de água da chuva para reúso é fácil e essencial. Há ainda os coletores solares para aquecimento de água. Já as placas fotovoltaicas ainda são caras, mas esse custo está diminuindo.
Bem caro Presidente, como já lhe deixei aqui alguns artigos sobre este assunto, agora deixo-lhe uma entrevista a um arquitecto brasileiro.
Se para alguns é possível construir sem destruir a natureza, porque os Portugueses não tornam a Praia da Tocha, mais atractiva?
Porque, aceita obras sem sustentabilidade?
Será por causa do dinheiro que lhe são, para aceitar, a tal obra?
Isso compensa, mas cuidado, com o que faz e aceita.
Queremos esta praia, mais sustentável do que está e esse hotel, sustentável, como eu vi numa planta em 2006, já lá vão 5 anos e nada feito ao pé do café Panorama.
Prêmio Planeta casa 2009 - A Casa Eucaliptus, de 40 m2, em Campos do Jordão, usa eucalipto, muiracatiara, jatobá e garapeira, madeiras vindas de áreas de manejo sustentável e de reflorestamento. Sapatas de concreto enterradas à 1,50 m apoiam peças de aco conectadas ao pilares de eucalipto
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